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sábado, 22 de setembro de 2012

ESTUDOS NO BREVE CATECISMO DE WESTMINSTER, Pergunta 4 - Por: Rev. Onézio Figueiredo


                DEUS


Pergunta 4: "O que é Deus?"

Resposta: "Deus é espírito( Jo 4.24), infinito, eterno e imutável em seu ser(Sl
90..2; Ml 3.6; Tg 1.17; I Rs 8.27; Jr 23.24; Is 40.22), sabedoria( Sl 147.5; Rm 16.27),
poder( Gn 17.1; Ap 19.6), santidade( Is 57.15; Jo 17.11; Ap 4.8), justiça( Dt 32.4),
bondade( Sl 100.5; Rm 2.4) e verdade( Ex 34.6; Sl 117.2)."


Deus é espírito

Esta declaração significa: a- Deus é imaterial, completamente
distinto de qualquer ser biológico, sem corpo físico; não se funde e nem se confunde com a
natureza. Nenhum ícone retirado da ordem natural pode representar a divindade, que
pertence a outro universo além, acima e incomparavelmente diverso do nosso. O Deus
transcendente, no entanto, se fez imanente, penetrou o material ao encarnar-se em Cristo
Jesus pelo qual ingressou objetiva e definitivamente na humanidade. Deus em Cristo
revelou-se plenamente e, embora tenha se tornado verdadeiramente homem, não deixou de
ser verdadeiramente Deus, conservando a plena e natural espiritualidade. A espiritualidade
do regenerado é procedente, por derivação, do Regenerador, fonte e origem do espiritual.
Deus é Espírito vivificante. O homem redimido é espírito vivificado. A diferença, pois,
entre a criatura e o Criador ou entre o salvo e o Salvador é imensurável. O contado entre
Deus, um ser genuinamente espiritual, e o homem, espiritualizado por criação e por
regeneração, dar-se-á sempre por iniciativa divina, que se efetiva concretamente pela
encarnação do Filho e pela palavra das Escrituras e pelo testemunho interno do Espírito
Santo.

Deus é infinito e eterno. 

Deus é soberanamente ilimitado em seu amor, poder,
majestade, sabedoria, santidade, justiça e verdade. Todos os seus juízos, atos e
determinações são absolutamente perfeitos. Tudo que ele é e faz depende exclusivamente
de si mesmo. É auto-existente. Não se limita ao tempo e ao espaço, pois é de natureza
eterna, vive num universo ilimitado e atemporal. Todos os demais seres, espirituais e
materiais, foram criados por ele. A eternidade, portanto, é um atributo de Deus e uma
concessão ou dádiva de seu beneplácito a anjos e homens. A nossa limitação e finitude não
nos permitem entender a infinitude de Deus. Ele, porém, não teve princípio e não terá fim,
Criador não criado. Revela-se a nós, míseros mortais, na medida da nossa finitude, segundo
a fé que nos concede e conforme a nossa necessidade. Não precisamos e não devemos
saber mais do que nos foi revelado a seu respeito no atual estágio de nosso existência.

Deus é imutável em:

a- Seu ser. Deus é absolutamente perfeito. O absoluto em perfeição não tem
como mudar nem para melhor e nem para pior. Não se pode falar de mutabilidade,
instabilidade ou variabilidade do ser divino. Também não se há de mencionar o seu
"perfeccionismo". Ele não é um artista, que luta para realizar o melhor possível, o que mais
se aproxime da realidade e da idealidade. É um ser completamente perfeito e bom; eis
porque somente cria seres e coisas perfeitas e boas. O ser de Deus não muda, pois não se
pode aperfeiçoar a perfeição absoluta. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. O ser
humano muda, passando por fases biológicas, psicológicas, sentimentais e mentais do
nascimento à morte. A nossa mutabilidade, temporalidade e fragilidade dificultam o nosso
entendimento de um ser imutável, perfeito, não sujeito às transformações próprios dos
seres naturais e morais.

b- Sua sabedoria. A nossa sabedoria, sendo restrita e contingencial, pode ser
aperfeiçoada, adequada às circunstâncias, modificada por novas informações e aprofundada
por técnicas atuais e atualizantes. Deus, entretanto, é onisciente, sabe todos as coisas no
campo físico, matemático, filosófico, sociológico, psicológico, antropológico, astronáutico,
teológico e outros. Deus não é simples depositário ou arquivo de informações à semelhança
de uma enciclopédia geral; ele é a própria sabedoria, a fonte original de toda inteligência,
de toda ciência, de toda inventividade, de toda criatividade, de todas as artes. A sua
onisciência vai muito além do que nos é permitido saber por conhecimento empírico e por
revelação. A nossa mente capta o mínimo das leis, dos fatos e dos fenômenos naturais; do
insondável universo espiritual Deus nos revela apenas o suficiente à nossa redenção e
conduta.

c- Seu poder. Os homens podem ser investidos de algum tipo de poder,
exercerem alguma autoridade delegada, mas Deus é poderoso não por investidura ou por
delegação, mas por auto-afirmação e por sua próprio natureza. Poder não lhe é um título,
mas um atributo. Ele é o poder dos poderes.

d- Seus atributos morais: Santidade, justiça, bondade e verdade. Deus não
é santo por santificação, à semelhança do homem. Sua santidade é componente atributivo e
constitutivo de seu ser em grau absoluto. O mesmo se pode dizer de sua justiça. A bondade
de Deus não é passional; é expressão de seu ser, essencialmente bom. Nele não há conflito
entre o certo e o errado, entre o justo e o injusto, entre o amor e o ódio. Deus é o bem na
expressão exata e final do termo. Deus é a verdade; o Diabo é a mentira. Conhecer e
receber Deus na pessoa de seu Filho, Jesus, é conhecer e receber a verdade.

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